quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Pedro Guerra tem um "espião" na Federação

O comentador recebeu vários documentos internos da FPF através de Horácio Piriquito, membro do Conselho Fiscal. FPF avança com queixa-crime.


O comentador Pedro Guerra recebeu durante vários meses documentos internos da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) relacionados com auditorias trimestrais, os quais não eram de divulgação pública. O acesso de Guerra a tais documentos apenas foi possível com a colaboração de Horácio Piriquito, gestor e membro do Conselho Fiscal da FPF, que lhe foi passando várias dessas auditorias. Face à notícia da SÁBADO, a FPF vai fazer queixa-crime contra Horácio Piriquito, e pedir a destituição 



Confrontada com os documentos em si, a Federação Portuguesa de Futebol garantiu à SÁBADO que os mesmos "são internos, sem acesso público". Questionada ainda se algum membro dos órgãos sociais poderia fazer a sua divulgação, a Federação insistiu: "São documentos internos da FPF".

Num dos emails trocados, em Setembro de 2015, depois de ter recebido mais um relatório da auditoria interna, Pedro Guerra, começando por agradecer o envio do documento - "que guardarei religiosamente e de forma confidencial, claro!", escreveu - quis saber a opinião do membro do Conselho Fiscal quanto a "uns devedores manhosos" os quais iriam deixar a Federação Portuguesa de Futebol "pendurada". "Não achas", questionou Guerra. 



Na resposta, Horário Piriquito, explicou que "muitas vezes são as associações que estrangulam ou beneficiam os clubes, conforme os alinhamentos ‘clubísticos’". Daí, continuou Horácio Piriquito, "as corridas do SLB e do FCP ao domínio das associações". "Se uma associação é portista pode atrasar os pagamentos a um clube alinhado com o Benfica, e vice-versa", acrescentou. É claro, disse ainda Horácio Piriquito, que "estas coisas nunca se podem escrever, só dizer e com pouca gente a ouvir".

O caso dos emails tem sido investigado pela revista SÁBADO, dando conta de algumas suspeitas que constam das comunicações e que levou uma juíza do Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa a ordenar buscas ao Benfica e a alguns suspeitos a 19 de Outubro.


Posteriormente, a SÁBADO revelou um pedido de bilhetes que chegou à SAD do Benfica feito, aparentemente, por Miguel Lucas Pires, então árbitro no Tribunal Arbitral do Desporto, que acabou por pedir a demissão do cargo.

Fonte: Sábado